Ácido Carboxílico

12/24/2010

Feliz Natal

Filed under: Uncategorized — Renata Bruscato @ 12:35 AM

Joana D’Arc sempre teve o Natal como época do ano favorita. Ela e os pais saíam juntos, a pé, até a esquina, para comemorar com os vizinhos na festa do bairro. Muita comida, dança e troca de presentes. Aos oito anos de idade, quando voltavam de uma dessas festas, um carro com motorista bêbado das celebrações perdeu o controle e invadiu a calçada, matando os pais de Joana D’Arc. E foi assim que a menina ficou presa nos seus oito anos de vida, revivendo sempre o mesmo dia de Natal. Os tios que a acolheram não encontraram médico que a curasse, e os anos foram se passando, com Joana D’Arc envelhecendo, mas com oito anos na mente.

Hoje, com oitenta anos, Joana D’Arc espera pelo Papai Noel, como todos os anos, na frente da lareira da casa onde mora com os primos, filhos dos tios que a acolheram quando pequena. Vestida com roupas de Mamãe Noel, o tecido totalmente branco, já que vermelho não é sua cor favorita desde a tragédia que tomou seus pais. Todos os dias ela passa as noites em claro, quieta, sentada numa poltrona na sala, de frente para a enorme lareira construída especialmente para ela, esperando o Bom Velhinho descer com os enormes presentes. Todas as vezes, no meio da noite, ela pega no sono e, ao acordar, jura que ainda é dia 24 do ano em que seus pais morreram. Mas hoje é realmente véspera de Natal, e ela espera. Um copo de leite quente e biscoitos fresquinhos para o Papai Noel.

Quase dormindo na cadeira, Joana D’Arc escuta um barulho vindo da chaminé e levanta animada, com o prato de biscoitos nas mãos. Caminhou com certa dificuldade – culpa da idade – até a lareira e esperou o velhinho descer. A ansiedade a animava, e quando viu as botas dele, quase gritou de felicidade! Já sussurrava para si: “Papai Noel, Papai Noel, Papai Noel”, quando finalmente viu o rosto do Bom Velhinho. Estendeu-lhe o prato de biscoitos e deu seu sorriso mais bonito.

Quando os primos acordaram no dia seguinte, desceram as escadas para encontrar a prima dormindo, como sempre. Mas dessa vez ela dormia no chão, com o prato de biscoitos e o copo de leite vazios. A casa estava nua, com todos os objetos de valor saqueados. E, finalmente, as roupas de Joana D’Arc estavam vermelhas, como deveriam ser.

Ho, ho, ho, Feliz Natal.

 

04/15/2010

As Tais Formigas

Filed under: Uncategorized — Renata Bruscato @ 4:05 PM

Ultimamente eu não tenho me sentido bem quando mato formigas. Sabe, antes não tinha problema, eu simplesmente esmagava-as com a ponta do dedo, ou, às vezes, enquanto estudava, desenhava ou fazia qualquer coisa envolvendo lápis ou caneta, eu as imobilizava e arrancava as patinhas, ou a cabeça. Mas não vejo mais graça.

Agora, toda vez que mato uma formiga, eu penso como deve ser estar no lugar da formiga, ser esmagado por uma força maior, por um gigante insensível. E não poder fazer nada para evitar. Mas eu posso, entende? Eu posso parar o dedo antes que ele chegue à formiga, mas muitas vezes, mesmo com toda essa reflexão, não o faço. Sigo o instinto, a força do hábito, e esmago a formiga de uma só vez. E não é que não por rara vez ela continua viva? Mesmo depois de esmagada, toda contorcida em posições inimagináveis, ela ainda move as patinhas. Pobre formiga…

Sinto pena, remorso, e me dá uma dor no coração. E não é só quando as esmago. Fui escovar os dentes agora mesmo e havia três formigas na pia. Cospi pasta de dente nelas e depois liguei a torneira… Mas a água não as alcançou. Usei minha mão para direcionar os jatos d’água e fiz com que as três descessem pelo ralo. Será que elas sobreviveram? Por algum tempo, creio que sim. Mas e depois? Não sei. Mas a maior agonia é ver o corpinho da formiga, aquelas grandes, graúdas, sabe? Ver o corpo contorcido, todo torto, numa posição que não deveria ser reproduzida. Talvez por um contorcionista do Cirque du Soleil, mas não por uma formiga.

Mas quer saber? Chega. Eu não vou ficar me lamentando por uma formiga. Até porque, no fundo, eu sei que amanhã ou depois eu vou matar outra, outra e mais uma. Eu não vou parar, mesmo que, no âmago do meu ser, eu saiba que vou, sim, me sentir culpado. Mas tudo bem. Ninguém é perfeito, ninguém é 100% inocente. Eu não sou. E aquela formiga também não era. Quer apostar?

03/17/2010

Do Pó ao Pó

Filed under: Uncategorized — Renata Bruscato @ 3:03 PM

Não dava mais para aguentar aquele lugar. Não que sentisse alguma coisa por aquela velha fazenda caindo aos pedaços. Mas era justamente esse o problema. Nunca sentia coisa alguma em relação a nada. E isso fazia com que sentisse nada mais que a pura exaustão.

Todos os laços sociais que uma vez tivera estavam perdidos para sempre, esquecidos num tempo remoto. E, novamente, não se importava. Era incapaz de sentir qualquer coisa. Qual foi a última vez que sentiu algo diferente de indiferença? Não se lembrava. No parto, aquele em que veio ao mundo, talvez. Ou não.

Já estava com as malas prontas, paradas na varanda, estrategicamente posicionadas ao lado da porta. Sentou em cima da maior e ficou encarando a estrada de chão batido, aguardando a charrete que o levaria. Estaria a mente perdida em pensamentos? Claro que não. Quem não sente, não pensa. Não passa de um vazio mais imenso que a mais profunda imensidão.

Tratou de pegar as malas quando percebeu a poeira levantando ao longe na estrada. Nem sequer esperou que chegasse à porta, foi andando em direção ao veículo, recebendo a ajuda do condutor para guardar as pesadas malas que carregava. É incrível como a vida das pessoas pode caber dentro de algo tão pequeno e frágil como uma mala. E no instante em que entrou na charrete, fixou os olhos na janela. A velha cortina carcomida estava fechada, mas não precisava ver nada mesmo. Não tinha sentido algum ver qualquer coisa. Para quê? Apenas para abandonar também?

As horas se passaram lentas até que finalmente atingiram a cidade. Não se sabe se realmente chegou a sentir alguma coisa – talvez esperança -, mas se isso aconteceu, é certeza de que no instante em que seus pés tocaram o chão, qualquer sentimento que pudesse ter habitado aquele corpo se foi, para nunca mais voltar. Teve plena certeza de que tudo continuaria igual. Aquela cidade não era diferente da fazenda abandonada. Era o mesmo vazio sem amor. O mesmo vazio sem ódio. Apenas o nada, acompanhado dele mesmo.

03/01/2010

Cheetos, Coca-Cola e Uma Música

Filed under: Uncategorized — Renata Bruscato @ 5:49 PM

Fim de tarde, e Jonathan estava sozinho em casa. Foi até a cozinha preparar algo para comer. Abriu a geladeira e constatou que estava às moscas. Por fim, resolveu checar a dispensa, depositando ali as últimas esperanças de ter algo para comer naquela noite.

Passou os olhos pela dispensa por alguns instantes. Estava escura, quase impossível de se enxergar algo ali. De repente, sentiu o coração – ou seria o estômago? – enchendo-se de esperança. Ali estava, solitário e praticamente escondido, um intacto pacote de Cheetos.

A dispensa era funda, e o alvo de Jonathan estava fora do alcance de suas mãos. Resolveu entrar de quatro na dispensa, e engatinhou até o fundo. Pegou o salgadinho e se ergueu vitorioso, satisfeito com a conquista. Todavia, não contava com uma coisa: Havia uma prateleira colocada bem acima da sua cabeça, e bateu nela com tudo. A força foi tanta que a prateleira não resistiu e soltou-se da parede, caindo por cima dele.

Assim que teve certeza de que nada mais despencaria, Jonathan abriu os olhos e ficou surpreso com o que viu. Aparentemente a dispensa não estava tão vazia assim antes. Alem do pacote de Cheetos, parecia haver outra coisa ali. Pegou o que parecia ser um pedaço quadrado de papelão e saiu da dispensa para poder ver do que se tratava.

Ficou intrigado ao descobrir que aquilo era, na verdade, um disco de vinil. Ele nunca tinha ouvido falar no artista da capa, David Bowie, mas a curiosidade era grande. Assoprou a poeira e levou o LP até o antigo tocador dos pais. Abriu o pacote de Cheetos enquanto Bowie cantava. No início era agradável ouvir a música enquanto comia, até que começou a se dar conta de uma coisa… O salgadinho sendo mastigado em si era uma música, e ela simplesmente não combinava com Rebel, Rebel, a música que o disco tocava. Aquilo começou a incomodá-lo, os sons pareciam brigar entre si. Sentia agora uma terrível dor de cabeça, insuportável, como se a música soasse cada vez mais alto, e o “crash crash” das bolas amarelas o deixava louco.

Ele estava suando, desesperado, tapando os ouvidos com as mãos. O pacote de Cheetos caíra no chão e ele tremia. Os sons insistiam em invadir-lhe a cabeça, e ele não sabia mais o que fazer. A respiração forte, o coração acelerado… Sentia que ia morrer.

Era necessário tomar uma decisão, aqueles dois sons não podiam coexistir. Um deles deveria parar, tinha que ser abandonado. Jonathan levantou-se e foi até a janela aberta, o apartamento dele ficava na cobertura. Olhou para fora, depois para o pacote no chão e então para o LP, por fim, decidiu-se. Foi até o sofá e pegou o pacote no chão. Correu até a janela e atirou-o o mais longe que conseguiu, sem hesitar.

O alívio foi imediato. O barulho de salgadinho não podia mais ser ouvido e Jonathan, cansado, deitou-se no sofá. Não tardou a dormir, embalado por David Bowie.

Não tinha nem dez minutos que ele dormia quando seu pai chegou em casa e ouviu aquela música. Achou estranho e foi até o filho que dormia. Erguei as sobrancelhas ao ver o velho LP tocando e olhou para a esposa.

– Eu podia jurar que tinha jogado isso fora. – Comentou, tirando o disco do tocador e jogando-o no lixo enquanto terminava de tomar a sua latinha de Coca-Cola.

11/28/2009

Simples Assim

Filed under: Uncategorized — Renata Bruscato @ 10:47 PM

Era uma bela manhã de outono. Os pássaros cantavam na copa das árvores, as crianças passeavam nos parques na companhia dos pais, andavam de bicicleta, brincavam nos balanços… Borboletas passeavam para cima e para baixo, e eram perseguidas por cachorros que latiam. Bailarinas dançavam em seu estúdio, um homem fazia um lanche no McDonald’s. A bateria de um relógio terminava, uma mensagem de amor chegava no celular de uma mulher, o amante fugia pela janela antes que o marido entrasse no quarto. Um guri apertava no botão de um dinossauro de brinquedo, falta luz num bairro inteiro, um copo cai no chão e se quebra. Um professor escuta seu iPod no último volume, um palhaço se desequilibra e cai do monociclo. A mulher penteia os cabelos na sacada, mas o pente escapa de sua mão. Um pivete procura pela coleção de moedas do avô, um homem troca compulsivamente os canais da televisão, uma senhora idosa junta o cocô do cachorro do chão.

É incrível a quantidade de coisas que pode acontecer enquanto um homem leva um tiro e morre do outro lado da cidade.

 

11/24/2009

24 de Novembro de 1991: O Dia em que a Terra Parou.

Filed under: Uncategorized — Renata Bruscato @ 12:30 AM

Há 18 anos, na noite do dia 24 de Novembro do ano de 1991, a Terra não parou, mas deveria. Naquela noite fatídica, o mundo perdeu uma das personalidades mais importantes da história da música, uma das vozes mais poderosas de todas as épocas… Depois do pôr-do-sol de 24 de Novembro de 1991, o mundo se despedia de Freddie Mercury.

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O Ácido Carboxílico é um blog destinado a textos literários na maior parte do tempo, mas é impossível não dedicar um artigo um pouco menos literário, mas talvez nem tanto assim, a essa grande personalidade que completa, hoje, seus 18 anos de morte. O artigo é um pouco longo, mas mesmo assim peço que leiam. (more…)

11/18/2009

Palavras serão Palavras

Filed under: Uncategorized — Renata Bruscato @ 9:32 PM

Eu gosto desse caderno, me identifico com ele.

As palavras escritas na capa se parecem comigo.

Não dizem nada aparente, mas dizem muita coisa.

Antes eu me identificava com o caderno, mas agora acho que é ele que mais se parece comigo.

Que injustiça, ele não teve escolha.

Nem eu.

Merda.

Tento fazer uma coisa qualquer e ela já sai literária.

Quem sabe agora eu possa dormir.

11/15/2009

Silêncio

Filed under: Uncategorized — Renata Bruscato @ 7:28 PM

O céu assumia os tons de azul mistos com um alaranjado típico tanto do início do dia quanto do anoitecer, tornando impossível a tarefa de descobrir que horas eram. Crystal acabara de abrir os olhos, e em pouco tempo constatou estar deitada numa clareira. Sentia o corpo pesado, de modo que não conseguia encontrar forçar para se mover. Curiosamente sentia a cabeça leve, muito leve, com os pensamentos livres, rápidos e precisos.

Enquanto tentava se levantar, um som agradável invadiu-lhe os ouvidos, e, tomada pela curiosidade, finalmente arranjou forças para se erguer. Apoiou os cotovelos na grama fresca e macia atrás de si, soerguendo o tronco para encontrar a origem da música que escutava. A melodia suave se aproximava graciosamente, e não se passou muito tempo até que Crystal visualizasse a sua fonte. Duas moças de longos cabelos ondulados se aproximavam por entre as árvores, uma tocando flauta enquanto a outra dançava fazendo círculos amplos no ar e sobre a grama, girando graciosa com os braços abertos. Vestiam-se com tecidos coloridos, e, pelo modo como se moviam, pareciam ser o próprio vento.

A música parou quando as moças se deram conta de que tinham companhia, e se aproximaram dela na mais pura   curiosidade, a indagação presente em seus rostos. Inclinaram-se devagar, a que antes dançava virou a cabeça ligeiramente para a esquerda na tentativa de contemplar melhor a estranha. Foi nesse instante que Crystal notou as asas às costas das moças, asas transparentes que as deixavam com um aspecto de fada.

<3~

A moça caída recuou ainda no chão, usando os cotovelos como apoio, e conseguiu ir um pouco para trás. Aquela situação começava a assustá-la, afinal, o que aquelas duas mulheres estariam fazendo por ali, olhando-a como se fosse de outro planeta e ainda por cima no mais completo silêncio? Ergueu-se rapidamente do chão, como um raio, dominada pela adrenalina, e saiu correndo para a direção oposta à das mulheres-fada. Sentia os pés descalços sendo feridos pelas pedras e galhos no chão, e alguns dos galhos ainda nas árvores, daqueles que mais pareciam braços, arranhavam-lhe o rosto.

Já não tinha mais noção do tempo quando tropeçou, caindo de borco. A corrida podia ter durado dois minutos ou duas horas, Crystal não saberia dizer, mas quando ergueu a cabeça, deduziu que não poderia ter passado muito tempo, já que o sol ainda estava na mesma posição. Olhou ao redor e percebeu que tropeçara na saída da floresta, e que agora tinha à frente um campo aberto, recoberto pela mais viva grama.

Alguma coisa chamou a sua atenção quando se colocou de pé, reunindo todas as forças que lhe restavam para tal. Era um objeto de formato curioso, não estava muito longe, embora também não estivesse perto demais. E só quando se aproximou que percebeu o que era aquilo… Um sofá. O encosto era composto por arabescos metálicos, com delicadas almofadas de veludo vermelho no assento.

Passou a mão direita pelo estofado e sentiu o corpo ficando pesado de novo. Só agora, que o efeito da adrenalina passava, percebera que tinha sono. Não ofereceu resistência alguma e se deitou, aconchegando-se a uma das almofadas e caindo no sono minutos depois.

No hospital, Crystal abriu os olhos e deu seu último suspiro. O aparelho parara de registrar seus batimentos cardíacos, e apenas uma coisa podia ser ouvida naquele quarto agora: “Piiiiiiiiiiiiii…”

sofá

11/11/2009

Caneta e Dedos Tortos

Filed under: Uncategorized — Renata Bruscato @ 2:07 PM

Gosto de encarar minhas palavras, embora deteste lê-las.

As letras são espontâneas, e… isso me anima.

São eternas companheiras, que nunca me deixarão sozinha.

Enquanto eu tiver sangue, elas poderão estar comigo.   pena

11/08/2009

Memórias Pré-Natais de Crás Bubas

Filed under: Uncategorized — Renata Bruscato @ 8:08 PM

 

livro

 

Prefácio

Não foi o excelentíssimo Brás Cubas que decidiu começar a contar a sua vida em ordem regressiva, para não ser tão piegas quanto os outros foram? Pois bem… Me pergunto se não posso fazer o contrário. Que mal há em contar a minha história de frente para trás, mas antes mesmo do seu início? Bem, má ideia não é, com toda a certeza, e mais! Eu seria muito mais criativo do que o próprio Brás, e creio que, caso esteja lendo a minha obra, o seu fantasma afunde-se em raiva e ciúmes. Ele foi direto ao ponto, mas eu não sou do tipo de pessoa que copia os outros. Sou Crás Bubas, o grandioso, muito melhor que o plagiador da minha obra. Não lhes contei? A ideia original é minha, e não dele. Aquele velho sem criatividade… Não é como eu, que sou criativo até demais. E quem nasce criativo permanece criativo, não é mesmo? Talvez não.

Nosso caro Brás chegou a comentar que seu livro seria lido por talvez dez, no máximo cinco pessoas, mas eu vou além! O meu relato não será um livro, não, para o desapontamento de vocês, mas não se preocupem! Uma imagem significa mais do que mil palavras! Agora é o momento onde vocês falam: “Mas Crás, um relato é feito com palavras!” E sim, eu concordo, mas palavras que transmitem uma imagem! Ah, por essa vocês não esperavam. Não subestimem a minha inteligência, meus caros.

Insisto: sou inovador, antes que as más línguas me acusem de plágio. Alguém se lembra de alguma vez ter lido uma história narrada não por um morto, mas por um não-vivo? Pois é justamente o que sou! Não nasci ainda para ter morrido, portanto sou um não-vivo. História narrada por mortos é tão comum… Eis aqui, lhes apresento, mais um fator diferenciando a minha narrativa da de Brás Cubas! O excelentíssimo disse outrora que o maior defeito do seu livro era o belo leitor, que buscava uma narrativa direta quando a história dele era lenta, demorava a passar. Pois aqui é justamente o oposto! Eu amo você, caro leitor, e creia-me, assim que essa introdução enfadonha terminar, minha história passará tão rápida, mas tão rápida que poderá até mesmo passar despercebida! Ah, que lástima…

Bem, agora, finalmente, chegamos ao último parágrafo do meu prefácio e a verdadeira história não tardará para começar. Sei que você, meu caro leitor, deve estar ansiosíssimo para ler o que eu tenho para dizer, então prepare-se, pois aí vai.

Fim do Prefácio

 

Memórias Pré-Natais de Crás Bubas

Nasci.

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